O problema da vida cética do Pirro é aqui examinado à luz de relatos bio e doxográficos da Antiguidade. Esse material ilustra diferentes respostas à questão da viabilidade do pirronismo. A biografia de Pirro por Diógenes Laércio preserva perspectivas contrárias à polêmica em torno da vida cética. Apesar da aparente diafonia nos relatos, o cotejo dos episódios biográficos com textos filosóficos revela um pirronismo mais unitário do que querem alguns intérpretes. A formulação do fenômeno como critério de ação, já em Pirro e Timão, confere certa continuidade a tradição. A retomada do anedotário antigo favorece um melhor entendimento histórico e filosófico do pirronismo.