Há muito que a ciência considera a religião um conjunto de crenças pessoais sem muita ligação com o entendimento ra­cional da mente e do universo. Entretanto, B. Alan Wallace, um respeitado estudioso do budismo, propõe que as metodologias contemplativas do budismo e da ciência ocidental sejam inte­gradas numa única disciplina: a ciência contemplativa. A ciência da consciência introduz métodos de investigação da mente por meio de técnicas budistas de meditação, como o shamatha, um método sofisticado para treinar a atenção. Assim como os cientistas fazem suas observações e conduzem seus experimentos com a ajuda da tecnologia, os meditadores há muito vêm testando suas próprias teorias com a ajuda de ca­pacidades meditativas altamente desenvolvidas para a obser­vação e a experimentação. A ciência contemplativa proporcio­na um conhecimento mais profundo dos fenômenos mentais, incluindo uma vasta gama de estados de consciência, e sua ênfase numa disciplina estritamente mental neutraliza os efeitos dos desequilíbrios mentais. Exatamente como o behaviorismo, a psicologia e a neuro­ciência lançaram luz sobre os processos cognitivos que nos permitem a sobrevivência e a realização plena de nossos po­tenciais humanos, a ciência contemplativa propõe uma pers­pectiva inovadora para expandir nossa capacidade de alcançar o autêntico bem-estar.