Quando o romance LOLITA, do russo Vladimir Nabokov veio a público, fez virar a cabeça do mundo da literatura e de muitos outros mundos, além dos meios intelectuais e artísticos. O que havia de raro, ali naquele encontro, era a ousadia do casal, um homem adulto e uma menina de 13 anos, ao atender a volúpia de seus impulsos, dentro de uma intimidade a eles imposta circunstancial-mente, deslocando-se numa geografia e numa temporalidade bem descritas. UYRAN no entanto, revira esses conteúdos, revela um semblante que parece resguardar o espírito de algum guerreiro, ou ainda, o mistério de um pássaro amazônico, impossível de ser capturado. Atração, pulsão vital, isso faz com que os amantes, aqui, uma mulher madura e um jovem muito jovem, se atirem um no outro para conseguir mudar o real de suas experiências, na luta pela vida desse amor tão súbito, no curso de suas histórias.