Antes mesmo de embrenhar-se na cultura e nos costumes do país mais feliz do mundo, a jornalista Lisa Napoli já andava em busca da felicidade na ensolarada Califórnia. Em crise com a profissão e em busca de um sentido para sua vida, ela frequentava, todas as quartas-feiras, uma oficina experimental de psicologia positiva, as chamadas "aulas de felicidade". Foi neste período que conheceu Sebastian, um belo desconhecido que estava prestes a fazer uma viagem à Ásia, com uma passagem pelo Butão. Meses depois, por conta deste encontro decisivo, Lisa parte para uma temporada de seis semanas no ‘país mais feliz do mundo’. O resultado é um testemunho sincero sobre a temporada de Lisa neste encantador recanto asiático. No Butão, Lisa Napoli trabalhou por seis semanas como voluntária na Kuzoo, uma rádio pública voltada para o público jovem. A missão da jornalista era profissionalizar os locutores da emissora. O ano era 2006 e o país estava em uma fase de transição, prestes a instalar um governo democrático. Mais do que cumprir sua missão profissional, a jornalista se envolveu e se encantou com a paisagem, a cultura e o povo do país. No livro, Lisa Napoli apresenta uma versão ao mesmo tempo jornalística e pessoal sobre o período vivido no país onde não se mede o êxito pelo dinheiro ganho, mas por um índice chamado de Felicidade Interna Bruta. Ela também apresenta, de forma rápida, mas consistente, uma análise sobre o trabalho jornalístico, especialmente aquele desenvolvido por profissionais em rádios, além de um ponto de vista particular sobre a transição da monarquia para a democracia. Com Lisa, os leitores aprendem que o Butão só se abriu ao turismo nos anos 1970, época em que o país começou a sair de seu longo e autoimposto isolamento. O primeiro aeroporto foi construído em 1984, mas mesmo no final dos anos 2000, havia apenas dois voos diários realizados pela companhia aérea do governo. Outro diferencial é que não se pode simplesmente voar para o Butão e começar a circular pelo país. Para isso, é preciso contratar um guia. O objetivo é atrair apenas os turistas mais ricos, por isso é cobrada uma taxa diária de 200 dólares, a qual, após um impasse vivido pelo governo - e relatado pela autora -, passou para 250 dólares em 2010. Em Rádio Shangri-lá, Lisa Napoli mostra o quanto a experiência afetou sua vida para sempre, e ainda oferece inspiração aos leitores. Afinal, de uma maneira ou de outra, todos estamos em busca de dias felizes.