Em Por uma análise sociorreflexiva do trabalho o autor tece críticas argumentadas contra as teses da centralidade do trabalho e contra a teoria da alienação no e pelo trabalho. Fundamentado numa concepção reflexiva do sujeito, o autor apresenta como a reflexividade do ator se realiza no e pelo trabalho no mundo contemporâneo. Além de analisar as fases históricas do mundo do trabalho e as características contemporâneas dos mundos profissionais, o autor defende a tese de que uma sociologia reflexiva do trabalho é pertinente de duas maneiras: (a) tal sociologia leva em conta uma teoria da atividade cognitiva que supõe um sujeito ativo e reflexivo na realização de sua subjetividade tanto dentro quanto fora do trabalho; (b) esta concepção de sociologia do trabalho emerge como uma sociologia apropriada à análise contemporânea do trabalho e se apresenta como uma disciplina/tarefa de elucidação do sujeito do trabalho, dos ambientes e das tarefas de trabalho, mas não só. A sociologia do trabalho deve levar em conta que outras disciplinas da ciência geral na qual se filia (a sociologia) estão informando sobre o ator social e os diferentes campos sociais nos quais este realiza a sua subjetividade. Finalmente, a sociologia do trabalho deve buscar a sua relevância social, tornando-se uma sociologia aplicada, uma disciplina positiva que acumula conhecimentos, realiza intervenções e transforma a realidade pela aplicação de conhecimentos científicos às práticas e processos de trabalho. A teoria do sujeito reflexivo e plural leva-nos a considerar o que este trabalhador tem (ele mesmo) a dizer sobre o seu trabalho, sobre o que espera de um emprego decente e sobre como tornar melhores o ambiente, a organização, as formas e os postos de trabalho.