Abrangendo múltiplos temas nas cinco partes em que se compõe, e recorrendo a diversas formas poéticas, Roseiral, este novo livro do poeta José Inácio Vieira de Melo publicado pela Escrituras Editora, reafirma-lhe o vigoroso perfil. A matéria bruta deste livro aborda o universo das crueldades, das injustiças, das rédeas incômodas, impostas a todos os viventes. E para fugir desta ciranda, o poeta, com sua lira inquieta, na brasa do seu sentimento, louva a Nero e vai botando fogo no mundo, este mundo que começa no sertão e termina nas galáxias. Quinto livro de poemas de José Inácio, Roseiral é composto por 42 poemas inéditos divididos em cinco capítulos. Conta ainda com ilustrações requintadas do artista plástico carioca Daniel Biléu e com o ensaio O poeta que monta o Sertão é o mesmo que pisa na Lua, de Eliana Mara Chiossi, escritora paulista radicada na Bahia. Em seu texto, Eliana Mara atenta para a mudança de tom deste novo trabalho em relação aos livros anteriores: Posto que decide dar um salto, José Inácio mostra a coragem de assumir outra dicção. Ao buscar outra perspectiva, corre riscos e em vários pontos do livro, surpreende a força de rompimento. A contracapa traz texto de Myriam Fraga, que assim definiu a poesia de Roseiral: O que mais espanta em José Inácio é a extrema vitalidade de sua poesia. Uma poesia telúrica e carnal. Visceralmente ligada ao cotidiano, transfigurada pelo mistério que parece emergir das coisas mais simples. Uma poesia que nasce no sertão e se abre para o mundo. Outras duas grandes poetas brasileiras aparecem no Roseiral: a baiana Maria da Conceição Paranhos e a amazonense Astrid Cabral. A primeira, com um belíssimo soneto dedicado ao autor. Astrid, com o texto das orelhas. Roseiral O mundo encarnado pela seiva das rosas escarlates é, sem dúvida, uma obra que inaugura um novo momento na poética de José Inácio Vieira de Melo.