As percepções de tempo e de espaço que são revisitadas durante os vários capítulos de Outras Ilhas: espaços, temporalidades e transformações em Cuba resultam de experiências sociais concretas nas quais cubanos e não cubanos que vivem na Ilha, em contextos e períodos diversos, repensaram, contestaram e interpretaram sua existência. Porém, mais do que simples reflexo de realidades vividas, tais experiências mobilizaram modos distintos de perceber a ação e a intervenção de forças políticas, naturais, espirituais e culturais habitando e, sobretudo, transformando diferentes universos sociais e simbólicos. Pois, por vezes, refletir sobre essas questões envolveu remapear e situar criticamente fronteiras espaciais, estatutos sociais, paisagens naturais e dispositivos jurídicos que conferiam direitos, modelos de cidadania e nacionalidade. Implicou deslocar a cronologia da História e sinalizar outras temporalidades, redesenhando passados e futuros utópicos. Todas essas experimentações históricas, criativas, narrativas simbólicas mobilizaram expectativas individuais e coletivas diversas em torno do que foi e é Cuba e sobre quem foram e são os cubanos.