Esta obra retrata a crueldade da biopolítica e a violência da produção de vidas nuas, inúteis e descartáveis, num mundo que se quer democrático, o Brasil pós-ditatorial, os pontos principais em que incide o olhar crítico dessa historiadora, fortemente comprometida com o tempo presente. Não faz concessões ao denunciar a permanência das formas da violência política e policial afetando a vida dos brasileiros, especialmente os pobres e os negros, expulsos para a periferia das cidades cada vez mais higienizadoras e punitivas. Não se estriba apenas em estatísticas, mas prima por contar histórias de vidas, com fatos colecionados nas situações limites.