Conheci a prosa de Luiz Fernando Dezena da Silva pelas crônicas postadas no Cafofo do Dezena. Desde então, acompanho com interesse e prazer os seus escritos, que, na crônica, se já aproximam da poesia, posto que não desperdiçam palavras, não se prestam a adjetivos baratos e se concentram no que é substantivo. Adjetivar ou não é tarefa de quem lê. Os poemas chegam a mim vez por outra, também pelas postagens e agora por este livro, Difuso. A propósito, o título faz jus ao conteúdo, que se espalha largamente por todas as direções, conforme atesta o dicionário. Assim, ler os poemas de Fernando Dezena é algo como entrar numa floresta e experimentar múltiplos sentidos, observar fauna e flora diversas, sentir sabores e cheiros permitidos por estruturas inteligentes e sensíveis. Isso acontece porque tudo parece ser objeto de poesia: questões sociais e políticas, pensamentos, sensações e emoções sobre a vida e até um simples olhar pousado sobre a própria tessitura do fazer poético.