Antônio aflorou para a vida em um contexto em que imperava a ausência das coisas mais básicas. Mas, na verdade, todos os indivíduos possuem uma inclinação, almejam atingir algum objetivo na vida e o rapaz também tinha os seus. Claro que pessoas diferentes têm metas desiguais. Uns desejam um novo corte de cabelo, outros uma nova máquina esportiva com muitos cavalos de potência e de alguns milhares de reais, enquanto outros querem apenas se libertar do cotidiano de violência que os assola e auferir o mínimo de renda para manter a subsistência familiar. Embora todos tenham a mesma natureza humana, os anseios diferenciados representam o resultado da diversidade social. Este é um dentre vários questionamentos que durante a obra nos convidam a pensar sobre a vida e a sociedade. Neste cenário, três cidades: Salvador, Belém e Recife. O que estas cidades distantes e distintas têm em comum? A resposta está no desenrolar da trama. Uma história de sofrimento e esperança cujo enredo demonstra a luta de um jovem paraense, portador de epilepsia, que deixa o lar materno visando complementar a economia familiar, enquanto pessoas alheias à sôfrega realidade do protagonista presenciam a dura realidade dos desfavorecidos. O personagem sai de Salvador numa esperançosa viagem com destino a Recife. Seu objetivo: retornar a Belém, sua cidade natal, onde moram seus pais. O desfecho? Cabe ao leitor mergulhar neste universo e buscar a resposta, bem como encontrar a sua dimensão humana e social.