“Réquiem por um sonho” marca a estréia no Brasil de um dos mais destacados representantes da literatura marginal americana: Hubert Selby Jr. Seu primeiro livro, Last exit to Brooklyn (1964), chocou críticos, leitores e censores com a assimilação da contracultura. Nesse livro, Selby conta a história de quatro habitantes do Bronx: um jovem e sua mãe (judeus), seu irmão (negro), e sua namorada (judia), filha de um industrial abastado mas afastada da família. Marginalizados, todos eles imaginam, cada um a seu modo, reintegrar-se ao mundo — um sonho impossível que acaba por destruí-los. A mãe tenta, através de pílulas para emagrecer, tornar-se bela e aparecer num programa de TV. Os jovens, alucinados, correm atrás de um quilo de cocaína pura. O negro, pobre e pisoteado, quer ser tratado como ser humano. Com seus vícios (drogas, comida, remédio, televisão), os personagens desfilam por prisões e hospícios, pelo desespero, delírio e deleite das drogas, numa comovente trama que insiste em acreditar no ser humano e em sua capacidade de busca.