Filosofia da ancestralidade nasce como o fruto de uma diáspora singular que atravessa um oceano de orís para se adensar às prateleiras da literatura brasileira, espaço carente da palavra preta da mulher atlântica. Nesta filosofia, a casa se organiza como uma quartinha, contendo em si o líquido que funda os brasis desassistidos pelo Brasil que o estrutura: uma disputa epistemológica que monta o país, antes mesmo deste texto que não pretende encerrá-la. Mirella Ferreira nos conduz a experimentar o amarelo de uma fotografia que segura, junto das mãos de Tempo, a imagem de pai, mãe e espírito que aqui não se pensa santo, mas parte do cotidiano que faz crescer um mato viçoso das frestas mais impossíveis. Entretanto, seu texto é menos um banzo plasmado em manchas gráficas, e mais um itan das urbes de uma Bahia espremida entre os mistérios de um passado estético e um presente das pressões capitalistas e neoliberais. A autora toma para si a narrativa da sua própria vida, compondo um (...)