Ser poeta não corresponde apenas ao ato de rimar belas palavras com um linguajar clássico, dizendo sobre o amor ou a dor, a perda ou a angústia, através do questionamento óbvio. Ser poeta é transcender o tempo, é trazer a dúvida e ao mesmo tempo acolher o leitor. Às vezes, nas entrelinhas, ameaçá-lo ao abandono, dando-lhe carinho e bofetes [de presta atenção] mantendo-o sempre em alerta, pois não sabe se da próxima página virá um afago ou um lamento, um tapa ou um beijo, um pedido de socorro ou um uivo ensandecido. Essa dúvida constante leva o leitor a se render à próxima página e depois a mais uma e mais uma...