A autora pertence à escola de Jean-Pierre Vernant que renovou, por completo, o estudo do pensamento grego. Assim, neste livro, ela mobiliza a filosofia da antiguidade e da Idade Média para compreender um dos problemas mais contemporâneos: o do consumo da droga que gera uma acostumação, por vezes, mortal. Utiliza, reciprocamente, os testemunhos de autores modernos e contemporâneos que extraíram da droga uma boa parte da sua inspiração - De Quincey, Freud, Burroughs - para reinterpretar uma tradição filosófica. O que os filósofos pensaram - o prazer é negativo; o desejo é instável -, a experiência da droga confirma-o até no seu vocabulário: "picar-se". Cativante como uma melodia, este livro aparece assim como uma verdadeira história da voluptuosidade. GIULIA SISSA é directora de investigação no Laboratório de Antropologia Social do Collège de France e professora na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.