Fazia falta entre nós um volume como este, capaz de dar conta da problemática dos signos visuais ou audiovisuais em toda sua extensão, profundidade, e variabilidade, ao mesmo tempo em que passa em revista as principais correntes teóricas que examinaram isso que chamamos de representação por imagens. No contexto das atividades práticas, críticas e acadêmicas, é muito comum ver como as imagens parecem resistir à análise e produzir toda sorte de discursos gaguejantes e desarticulados. Quem convive, como nós, em ambientes intelectuais que têm a imagem como matéria de investigação, já deve ter se acostumado à hegemonia daquilo que Lucien Sfez chamou, num outro contexto, de tautismo — contração de tautologia e autismo —, uma exótica modalidade retórica baseada no princípio do “repito, logo demonstro”.