Publicado em 1755, o presente ensaio exerceu uma grande influência não somente no pensamento cultural e político da época insuflando os líderes da Revolução Francesa em seu entusiasmo e na defesa apaixonada de seus ideais, mas também serviu de base, mesmo que indiretamente, para diversos pensadores, como Proudhon, Marx e Heidegger. Rousseau, ao realizar este estudo crítico sobre a desigualdade, sustenta sua argumentação em dois grandes pilares: a instituição da propriedade privada – que seria o fator de grande ruptura na organização social da humanidade, desencadeador de guerras e crimes – e a ambiguidade da própria civilização, fruto do conflito entre o homem e a natureza, ao mesmo tempo perversa e impulsionadora do progresso. Aqui, Rousseau não aponta soluções para a desigualdade, mas identifica a natureza deste problema – para o qual O contrato social (1762) buscaria a cura.