O livro aborda a relação homem-máquina conduzindo a uma reflexão sobre os usos das novas tecnologias na sociedade contemporânea. O autor apresenta suas ideias analisando a série de animação Neon Genesis Evangelion, em que os personagens são constituídos por robôs gigantes EVAs e seus pilotos, cuja integração é mostrada como um profundo e complexo processo de hibridação. Esse é o ponto de partida para a argumentação do autor sobre o fato de que a construção de corpos híbridos tem origens na cultura do Japão antigo, não sendo um fenômeno contemporâneo considerado por alguns estudiosos como condição pós-humana. Embora o estudo faça parte da cultura otaku ligada à produção do Japão pop a partir de 1980 , o livro destaca que desde o Japão tradicional, diversas modalidades de teatro de bonecos já estabeleciam uma indistinção entre o corpo do manipulador e o boneco. Essa vinculação serviu para que o autor estudasse as conexões entre o corpo e tecnologia, sem sugerir, no entanto, que esse tipo de relação tem início no Japão contemporâneo. O livro é um convite ao leitor para um passeio na história da animação japonesa e suas relações com a cultura robótica, levando-o a elucidar aspectos da cultura pop japonesa, bem como entender como tradicionalmente o Japão enxerga a relação homem-máquina.