"Por anos, os pacientes do hospital psiquiátrico da cidadezinha de Putaendo, a duas horas de Santiago do Chile, foram registrados pelas lentes de Paz Errázuriz, com especial atenção às dezenas de casais que lá se formaram. De uma visita em que a escritora Diamela Eltit acompanhou a fotógrafa, nasceu este livro, uma obra híbrida e de múltiplas vozes, na qual conflui uma ética política comum: um poderoso levante contra o discurso dominante da razão, que, entre outras coisas, atua no apagamento de pessoas desencaixadas da lógica mercantil. Ensaio, ficção e imagem se juntam em nome da memória como resistência e daquilo que reabilita os enfermos perante a existência, reintegrando-os, apesar de todos os esforços estatais e medicinais contrários, à sua humanidade: o amor, essa ""necessidade atávica de amar"", como diz Eltit, que valida o ser no mundo. O que esses asilados reafirmam, como rebeldes sem sintaxe numa socieade que - também por isso - os exclui, é uma tendência amorosa, a de ""se fundir, se confundir com o outro"", algo que, enfim, amor e loucura têm em comum. Na narrativa única e profundamente humana deste que é o um dos grandes fotolivros latino-americanos do sécurlo XX - publicado agora pela primeira vez no Brasil -, as artistas chilenas unem todos nós, os de dentro e os de fora dos muros do sanatório, numa mesma vertigem amorosa. " "Por anos, os pacientes do hospital psiquiátrico da cidadezinha de Putaendo, a duas horas de Santiago do Chile, foram registrados pelas lentes de Paz Errázuriz, com especial atenção às dezenas de casais que lá se formaram. De uma visita em que a escritora Diamela Eltit acompanhou a fotógrafa, nasceu este livro, uma obra híbrida e de múltiplas vozes, na qual conflui uma ética política comum: um poderoso levante contra o discurso dominante da razão, que, entre outras coisas, atua no apagamento de pessoas desencaixadas da lógica mercantil. Ensaio, ficção e imagem se juntam em nome da memória como resistência e daquilo que reabilita os enfermos perante a existência, reintegrando-os, apesar de todos os esforços estatais e medicinais contrários, à sua humanidade: o amor, essa ""necessidade atávica de amar"", como diz Eltit, que valida o ser no mundo. O que esses asilados reafirmam, como rebeldes sem sintaxe numa socieade que - também por isso - os exclui, é uma tendência amorosa, a de ""se fundir, se confundir com o outro"", algo que, enfim, amor e loucura têm em comum. Na narrativa única e profundamente humana deste que é o um dos grandes fotolivros latino-americanos do sécurlo XX - publicado agora pela primeira vez no Brasil -, as artistas chilenas unem todos nós, os de dentro e os de fora dos muros do sanatório, numa mesma vertigem amorosa. "