Ernst Hanfstaengl, o protagonista de O Pianista de Hitler, pertencia a uma família influente, que circulava pelas altas rodas de Washington. Filho de pai alemão e mãe norte-americana, ele freqüentava a Casa Branca e formou-se na Universidade de Harvard, em 1909. Após a Primeira Guerra Mundial, ele volta para a Alemanha e começa a sentir uma profunda admiração por Adolf Hilter, após ouvir seu famoso discurso na cervejaria de Munique, em 1922. Hitler ganhou um amigo íntimo, um pianista e um entusiasta de suas ideias. Hanfstaengl o apresentou à alta sociedade alemã e chegou a trabalhar como seu colunista em um jornal de William Randolph Hearst. Putzi, como Ernst Hanfstaengl era conhecido na Alemanha, foi chefe do departamento de imprensa estrangeira nazista por dois anos, mas um episódio fez com ele perdesse todo o seu prestígio. Em 1937, perseguido, ele fugiu para a Suíça e depois Inglaterra. Ao atender à solicitação de um amigo, a vida de Hanfstaengl mudou drasticamente. O presidente dos EUA na época, Franklin D. Roosevelt, pediu aos ingleses que ele fosse para os Estados Unidos. Assim, começou a sua colaboração com o Projeto-S, uma campanha secreta contra a Alemanha nazista. Rapidamente ele tornou-se peça-chave nos planos de Roosevelt e escreveu um relatório em que dava detalhes da formação, dieta e, até mesmo da vida sexual de Adolf Hitler. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Putzi foi deportado para a Alemanha, onde foi absolvido dos crimes de guerra cometidos durante sua colaboração com o Terceiro Reich.