É realista pensar que na Palestina do século I mulheres se unissem a um profeta itinerante e a seu grupo de discípulos? Ainda que a sociedade de então não fosse completamente estranha a fenômenos de deslocamento feminino, e o movimento de Jesus fosse mais próximo a João Batista que a grupos discipulares rabínicos, os indícios são bem poucos. No entanto, o evangelho de Marcos ressalta que junto à cruz e ao sepulcro, além de um notório membro do sinédrio como José de Arimateia, havia somente mulheres que fizeram parte do séquito de Jesus e o serviram durante o tempo em que ele atuou na Galileia. A reflexão sobre a passagem entre o primeiro e o segundo século cristão e sobre a marginalização da mulher na Igreja é ainda hoje um estímulo para restituir plenamente às mulheres os textos bíblicos e a estes as mulheres.