A "diferença absoluta" encontra-se no gozo, na travessia da angústia e do fantasma dos perigos que espreitam no prosseguimento indefinido e intransigente do desejo, a transcendência também do amor como lugar privilegiado do reforço da imagem narcísica pelo encontro com uma "alma gêmea". O auto-erotismo conduz por suas vias ao prazer e este prazer é razão de um gozo paradoxal, o gozo da transgressão, dos remorsos, do castigo imposto pelo Outro que leva a contabilidade do gozo, que está preocupado pelo que o sujeito experimenta com seu corpo, que esgrime o chicote, a loucura ou as chamas do inferno como argumentos de sua lei. ... o inconsciente é deciframento do gozo e seus produtos são suscetíveis de interpretação. A práxis da análise consiste em intervir sobre o discurso desarmando a trama de significações para que aflore esse gozo do deciframento de um saber que não é saber de ninguém do qual alguém, o sujeito, é o efeito, o filho. Regozijo.