Darci Ribeiro, uma das grandes expressões da nossa cultura, estudioso da formação educacional, econômica e cultural da população brasileira, dizia que há pessoas que falam das coisas e as que falam sobre as coisas. E completava: só podem falar das coisas quem as vivenciou. Existem neste país pessoas que falam sobre Educação Médica, avaliação, integração com os serviços de saúde, equipes de saúde. Muitas delas nunca participaram de uma instituição acadêmica, de uma implantação curricular ou jamais trabalharam em um serviço de saúde. Como perceber a complexidade de suas realidades e entender a força do jogo de sedução e de poder dessas organizações? O Prof. Dalmo de Souza Amorim, pesquisador da área básica e clínica, formado nas melhores instituições nacionais e internacionais, respeitado na comunidade acadêmica de nosso país e do exterior, usou o instrumental técnico-científico e o rigor metodológico de sua origem para analisar algumas escolas médicas e serviços de saúde. Para tanto, nelas atuou, vivenciou suas realizações e suas mazelas. Duas delas eram instituições públicas. Na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, foi vice-diretor e diretor. Na Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, participou da elaboração de plano de metas. Em outras duas ocasiões, atuou em universidades privadas. Na Universidade de Mogi das Cruzes e na Universidade de Uberaba, desenvolveu projetos de mudanças no ensino médico e sua integração com outros cursos e serviços de saúde. Na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, por ocasião de sua estadualização, realizou análises de desempenho, avaliação de propostas curriculares e integração com os serviços de saúde.