Hoje, como em tantas outras noites, sonhei com minha mãe. Estávamos em algum lugar indefinido e eu me alegrava por vê-la voltando não sei bem de onde. Acabava a angústia de estar procurando por ela. Era uma situação banal, como se a gente apenas tivesse se perdido uma da outra rapidamente. Sentia um grande alívio por tê-la de novo por perto. Acordei pensando que o sonho não deixava de ser um prenúncio: tinha finalmente decidido encarar a tarefa de visitar os arquivos de minha mãe, tantas vezes adiada para o dia seguinte. Eu me reencontraria com ela de certa forma. Haviam-se passado quase 7 anos de sua morte. Seus arquivos estavam bem guardados, mas faltava coragem para mergulhar neles e dar-lhes o destino que mereciam. Fazê-los públicos, deixar imagens tão necessárias à vista novamente.É assim que Laura Huzak Andreato começa a tecer os fios de sua memória e nos conduz por uma sensível visita pela obra de sua mãe, a fotógrafa Iolanda Huzak.