A racionalidade do movimento iluminista não foi capaz de transformar o mundo e oferecer respostas e soluções para problemas seculares, nem mesmo alcançou o objetivo de oferecer abundância e o progresso para a maioria. Aproveitar-se do sistema produtivo significa, num viés ético, ser capaz de emancipar-se e multiplicar práticas inclusivas, nas quais a Academia funcione, efetivamente, como o espaço de fomento de uma Ética não apenas curricular, mas onde persista o sentimento diário de práticas que garantam a manutenção da vida humana em condições existenciais mínimas, num diálogo que prime pelo respeito à história e às singularidades de cada pessoa, pois o respeito à dignidade humana só pode ser efetivado mediante o respeito pelas diferenças. Tal discurso nos habilita a melhor conhecer nossas fraquezas, na tentativa de equacionar problemas como discriminação, preconceito, exclusão, que ainda maltratam a todos e, principalmente, aqueles que se encontram em elevado grau de vulnerabilidade numa época que comumente chamamos de pós-modernidade, marcada pelo sentimento de desencanto contínuo, a cada descoberta de que a promessa de evolução não se concretizou na dimensão necessária para fazer do mundo um lugar de concórdia e prosperidade.