É como avó zelosa de olhar aguçado que Nora Rónai nos apresenta a infância que viveu em Fiume, na Europa, e a adolescência no Rio de Janeiro, para onde veio fugida da Guerra. Torna familiar uma realidade tão semelhante de infância alegre no seio familiar e diferente à nossa: de quem viu o nazismo nascer, crescer e desmoronar. E levar parentes, um modo de vida, alegre. Como um neto que ouve com encantamento sua avó contar histórias, os leitores se deixam assim contagiar pelo estilo autêntico de Nora, ouvindo as minúcias da vida de uma mulher que se tornou apátrida, fugiu da Guerra com a família em um navio sujo para se redescobrir e encontrar a felicidade aqui, em nossa terra.