Costumo dizer que nós, seres humanos, somos semioticistas natos, intuitivos, isto é, estamos equipados afetivamente, sensorialmente e intelectivamente para interpretar signos. O que a semiótica oferece para nós, além desse cabedal que já trazemos de saída, são lentes de aumento que nos habilitam a explicitar e colocar em relevo os processos que estão operando nos signos e em nossos percursos interpretativos. Com a semiótica aprendemos a dar aos signos o tempo de apreensão que eles exigem, trazendo à luz detalhes e sutilezas de sensibilidade e de sentido que passariam despercebidos a um olhar desequipado. Como um exemplar primorosamente preciso e claro de leitura semiótica, além de levar o leitor a um conhecimento seguro e profundo do cenário televisivo, este livro de João Batista Freitas Cardoso também funciona como uma comprovação dos modos pelos quais a semiótica pode equipar os nossos sentidos e a nossa mente.