República do vírus traz como ponto central a sátira como embasamento do seu tecido ficcional, ao contar a história de Zuão Xipululu, conhecido como Introcável, alto dirigente político, membro do partido governista PIM-PAM-PUM, homem seduzido pelo poder e pela lógica da corrupção, algo que dialoga frontalmente com os tempos atuais, seja em referência ao Brasil, seja no resto do mundo. Ao ambientar o personagem na fictícia Mulumba, Quino desenvolve uma trama que percorre os meandros da política de um estado autoritário e repressor, corrupto e sequioso por manter-se no poder a qualquer preço. Daí é que nasce o enredo da história. Em uma sociedade altamente oprimida e subserviente aos desmandos das autoridades, eis que surge uma peste que apavora e passa a adoecer e dizimar a população. Para combater a queda crescente de popularidade, os dirigentes políticos usam o letal vírus como arma de defesa nacional, sob o argumento de que nações poderosas querem se apoderar de uma propriedade do povo mulumbeiro, afinal o vírus foi criado lá.