A melhor poesia é sempre uma súmula cultura. A poesia de Drummond articula um protótipo do mundo moderno - o gauche. Aí está o sentimento de uma região, de um país e o sentimento do mundo. Aí o problema central é o tempo: o crescimento e o desgaste do personagem e a obra que reta ao final. A obra como resíduo vital que permanece, uma construção entre ruínas. Como creator, o poeta empreende a redução de sua época, reflete a realidade que vive, deglute o mundo que o deglute, ajunta aquilo que o tempo espalha. Ele deixa seu canto, concreto e vivo testemunho de que se deteve a corrente do tempo e transformou o que seria derrota numa vida que sobreexiste além da morte.