Caspas e Muriçocas é o alastramento de uma coceira que se espalha entre poesia e política, economia e política, casa e política. Esse livro transita do mínimo para o macro, do íntimo para o público, da casa para o país, em uma coceira permanente que mostra que o caminho das caspas traça um modo de inscrição do nosso tempo: caspas levam a covas, a larvas, a um trabalho de decomposição dos corpos, a um trabalho de luto. A casa, aqui, é uma hospedagem que se transfigura como um corpo hospedeiro, isto é, no duplo sentido de hospitaleiro e hostil ao mesmo tempo.