As palavras corporação, artesanato, ofício, mestre e aprendiz são de uso corrente nos meios educacionais projetando-se no imaginário de professores e alunos como algo referido à Idade Média e que, na forma do trabalho artesanal, teve continuidade na tradição popular. De modo geral, porém, a maioria das pessoas não chega a fazer uma idéia mais precisa do caráter e significado histórico do artesanato e, menos ainda, do seu desenvolvimento interno. A obra Nostalgia do Mestre Artesão vem, pois, preencher uma lacuna tornando acessível aos estudiosos da educação e ao público em geral, o conhecimento do trabalho artesanal tanto em seu significado histórico mais amplo como na particularidade do modo como operavam cotidianamente os mestres artesãos, associando-se para resguardar suas prerrogativas e privilégios. Partindo da constatação e caracterização do fenômeno da nostalgia que expressa o fascínio exercido pelo artesanato mesmo sobre os espíritos mais progressistas (Introdução), são explicitadas suas origens medievais (Capítulo I) assim como sua inserção no desenvolvimento mercantil com uma cultura e educação específicas (Capítulo II) que se complexifica diferenciando-se os personagens, os itinerários formativos e os dispositivos institucionais (Capítulo III) até sucumbir sob o domínio da manufatura e da produção industrial generalizada (Capítulo IV), sobrevivendo, porém, na simbologia de que se impregna suas formas exteriores já agora despidas de seu conteúdo originário (Capítulo V). Eis, de modo bastante sintético, a trajetória do artesanato tal como reconstruída meticulosamente por Antonio Santoni Rugiu em Nostalgia do Mestre Artesão.