trombei com crespo por causa da escrita. pelas conversas, dava pra ver que tentávamos falar a mesma língua: ele me mostrou guided by voices e me ensinou a beber cerveja com steinhäeger. um professor, escritor publicado, dramaturgo, um artista com camisa de time de baseball e blazer. fantástico. bêbado na cinelândia, eu nunca imaginaria que receberia um convite ilustre para escrever a orelha do seu livro de poemas. zen-budistas&furiosos já me pegou de primeira (sendo um admirador de títulos, esse poderia ser emoldurado). de alguma maneira eu imaginei que esse livro seria de um ritmo e tom dignos de uma franquia milionária de filmes de ação. o que será que vem por aí? o que veio foi o contrário: um livro que pega você pela mão, mas não é pra ensinar nada, é pra passear com você. nem zen, nem furioso. a poesia de danilo crespo é de uma sagacidade tenaz e sem nenhum patronismo. fratronismo, talvez. percorre a atualidade de uma maneira agridoce: smartphones, redes sociais, (...)