A foto da cabeça de um morto, em uma bizarra posição, produz um grande alvoroço na redação do jornal especializado na cobertura de fatos policiais. Provoca ainda mais excitação entre os profissionais da imprensa devido a um simples e providencial acaso. Trata-se do único jornal que dispõe do sinistro flagrante, colhido pelo fotógrafo antes que a polícia, atendendo aos seus próprios interesses, desfizesse o cenário do crime. O redator-chefe, sabedor da vantagem que o distancia dos jornais concorrentes, está disposto a explorá-la a qualquer custo, deixando escrúpulos de lado, uma vez que nem sempre a exclusividade cai sobre sua mesa de trabalho. O fato é de domínio público. Mas os detalhes, não. Além disso, resolve tirar partido de suas relações muito próximas com a polícia, sobretudo com o irmão da vítima. Cândido Gomes é o jovem repórter do setor de polícia a quem é confiada a tarefa, nada fácil, de descobrir o que houve e escrever a matéria sobre o intrigante crime. Apesar de sua pouca experiência, ele tem a seu favor uma arraigada mania que cultiva desde a infância: a de estar sempre na perseguição de pessoas. O que antes foi um comportamento quase inofensivo, amador, revela-se um traço essencial em sua atividade. Envolvido na trama, Cândido vai se dar conta de que perseguir é também perseguir-se, é descobrir-se em meio aos acasos que os diversos destinos vão traçando e os quais não são tão fortuitos quanto habitualmente se imagina.