O conto de Machado de Assis trama junto ao leitor um efeito de vertigem, desestabilização inquietante na leitura, corte com uma pretensa linearidade, que vem ligado à estrutura da narrativa.O efeito de vertigem apresenta-se em contos que marcam o estilo de Machado, funcionando como "operadores de passagem". Trata-se, nesses lugares de alto giro, do que o autor recolhe do imaginário social e inscreve na ficção; do jogo entre continuidade e descontinuidade, fascínio e perturbação relativos ao encontro com os limites, com o real (na ficção e na vida). Nisto põe em cena os grandes enigmas da condição humana: a morte/origem e o sexo; as mesmas questões que se colocaram para Freud, em toda sua obra. Encontramos nessas passagens os efeitos paradoxais que estão implicados na subjetividade e na ficção, e que nos permitem uma aproximação com relação à "obliqüidade" e ironia machadianas, através das quais Machado fala ao nosso tempo.(leia o primeiro capítulo)