Nenhum movimento da história da literatura brasileira se identificou tanto com as aspirações do país e os sonhos e ideais dos brasileiros como o romantismo. Complexo, rico, contraditório, esbanjando vitalidade, movimento de moços, pela idade e o espírito, apesar de seus aspectos mórbidos, o romantismo revelou o país aos brasileiros, implantou uma nova mentalidade artística e se manteve durante três gerações, cerca de quarenta anos.Essa fase de excepcional brilho, identificada com o reinado de D. Pedro II, é estudada no terceiro volume de A Literatura no Brasil, constituindo uma visão abrangente do movimento, em sintonia com as mudanças sociais e políticas desenroladas no mundo e no Brasil, a partir de meados do século XVIII.O volume está dividido em oito capítulos. Os dois primeiros analisam as origens europeias do movimento, as suas características – o inconformismo, a exaltação sentimental, a melancolia, o culto à natureza –, o pré-romantismo, as primeiras manifestações românticas no Brasil, com os poemas de Maciel Monteiro e Gonçalves de Magalhães, ainda com fortes vincos clássicos.Três capítulos são dedicados ao estudo da poesia, gênero de maior prestígio à época, desenvolvendo-se a partir do rompimento com o passado e a fixação definitiva do romantismo, as suas características brasileiras, a identificação das raízes profundas de nosso povo com o indianismo, a morbidez dos ultrarromânticos e byronianos, as novas correntes poéticas introduzidas a partir da década de 1960, sobretudo a influência do velho Victor Hugo. Dois capítulos são dedicados à prosa de ficção, centralizados no grande momento criador de José de Alencar, e nas Memórias de um Sargento de Milícias. O panorama da época é completado com a análise das origens da crítica literária brasileira e seu agudo sentimento de brasilidade.