Mapeamento de algumas linhas com as quais Clarice Lispector compõe sua fuga da literatura - essa é a bússola de orientação para o livro A Escritura nômade em Clarice Lispector, escrito por Simone Curi. O livro traz uma leitura do universo de Deleuze/Guattari/Barthes, oferecendo ao leitor, como diz Wladimir Garcia, um manual de nomadismo. A obra revela que o nomadismo em Deleuze não é momento histórico, não é processo evolutivo, também não é metáfora. O nômade de Deleuze é um tipo antropológico construído sobre um pano de fundo filosófico, pois o que vale é a subversão, a insubordinação aos fluxos econômicos, sociais, jurídicos, políticos. Sem se ater à história, ao biográfico, à grande política de Letras e do significado, este livro deixa de lado a intenção interpretativa, desenvolvendo-se de forma multidirecional, não obedecendo a um centro, tampouco às esquerdas ou às direitas ou a um marco de origem.