Nunca sei se estou à altura de escrever a orelha ou o prefácio de um livro, desconheço as fórmulas por rebeldia; ou talvez seja culpa, de fato, da astrologia. Decifrar os corpos celestes, nomear pouquíssimos poemas e convidar Martin a se juntar a nós é sobre como acender pavios sem que ao menos seja preciso riscar os fósforos. Folhear a página é o gesto que incendeia. Foi pelo fogo que o ser humano sentiu pela primeira vez o poder de controlar algo na natureza, essa energia natural obtida intencionalmente serviu para a vida e a destruição. Alexandria, a grande biblioteca, incendiada por invasores que pelo poder lamberam as labaredas pisoteando não só corpos como também livros memória pulsante de uma nação. Hectares de árvores centenárias em fuligem à medida que fazendeiros corpulentos se banham em dinheiro, esfomeados feito gados arrebanhados no deserto. Na contramão, Carolina traz em seu livro incêndios que remetem a uma busca pelas suas origens, ancestralidade, cura, [...]