Origo, o padre deste romance, recebe uma carta inusitada, uma “mensagem recebida em um papel amassado vermelho, na forma de maçã.” E é aí que começa um trabalho de investigação com a morte de um homem que tinha um ventre onírico, uma espécie de máquina do mundo, que nos conduziria aos sonhos perfeitos, de acordo com nossas questões existenciais. O delegado Campello no livro dá uma incumbência a Origo, investigar o assassinato de um marujo, cuja suspeita recai numa mulher, Branca. [...] O cenário do livro se dá no Rio de Janeiro, principalmente em Copacabana, com sua Avenida Atlântica em estado de combustão e energia em meio ao caos antigo. O medo perpassa suas páginas, uma sensação de morte e perda de tudo que se conhece, atravessa dolorosamente os personagens que passam por sofrimentos algozes, onde o medo do inesperado, que pode levar ao fim da vida, o terror aos ferimentos e sofrimentos de um passado que se deseja esconder. [?? por Alexandra Vieira de Almeida]