Relações amorosas e Ralações amorosas: Dois "modos de vista", como diria o Bam-Bam do 1º BBB da TV Globo. Duas perspectivas, duas propostas relacionais, diferentes, que resultam em dois mundos afetivos diferentes; por consequência, geram ações e comportamentos diferentes, em domínios relacionais diferentes: A primeira-, por levar em conta que a realidade é uma experiência explicativa daquele observador e que todas as explicações da realidade são igualmente válidas, permite a aceitação da diferença e a possibilidade de escolha. Se quero ou não me relacionar com aquela diferença ou se aquela diferença me interessa ou não. Está em aberto para ser escolhida a cada dia, ou não. É uma conquista diária fundamentada num desejo, que pode se desenvolver enquanto durar o interesse, ou morrer. A segunda, que se propõe a "uma vida a dois", que acredita na existência de um mundo único, separado do observador, que precisa da confirmação do outro, para sua explicação de mundo ser validada. Pertence a um campo relacional de obediência e dominação que acabam por desgastar o relacionamento em ações ("rala = pouca e áspera"), que pressupõem a submissão do outro ao seu "modo de vista"--, até como prova de amor. A proposta passa de aceitação para dominação e obediência. Aí, quem pode mais, chora menos. Está instalada a guerra entre os sexos. Incrível que chamemos essa guerra entre os gêneros de amor. Confundimos amor com obediência. Como a -experiência do Mestre Sufi Mula Nasrudin, que pertencia a uma organização chamada Assembleia Daqueles Que Não Temem Suas Mulheres. Um dia, o presidente convocou a reunião da forma costumeira: "- Oh, vocês que não temem suas mulheres, sentem-se. Todos se sentaram, menos Nasrudin: "O que houve, Mestre, - perguntou o presidente - você por acaso tem medo de sua mulher?". "Não é que eu tenha medo dela, só que não posso me sentar - replicou Nasrudin. Ela me pegou tão firme essa noite que estou com o traseiro dolorido!"