A mídia e os leigos, hodiernamente, se pautam por uma tecla: a desmoralização do médico ou seu desprestígio. Em todo o setor em que se vê envolvido, o médico sofre cobranças e pressões como se fora o vilão ou o responsável por todo caos que impera no Sistema de Saúde do País. Vai desde o SUS, passando pelos seguros, medicina de grupo, convênios, autogestão...até à clínica particular, em número reduzidíssimo. O tom é a demolição do prestígio, do bom conceito, do respeito e do estado social do médico. O paciente, o cidadão, a família e a sociedade não mais se preocupam em receber o médico como um aliado. Todos se articulam em colocá-lo num patamar de instabilidade socioeconômico-familiar. Com isto, isentam-se todos os responsáveis pela eficácia do cuidado médico e o profissional passa a aglutinar todas as mazelas, omissões, irresponsabilidades, ineficiência e desacertos no cuidar médico. Fica mais fácil, pois, ter um só responsável do que todo o sistema. Ninguém vai se condoer por essa fase que atravessamos, mesmo porque não interessa aos órgãos promotores, pagadores e públicos, mudar este estado de comprometimento do prestígio e do bom resultado do atendimento médico. Se assim é verdade, somente uma pessoa pode lutar, enfrentar e mudar esta situação crítica. O próprio médico. Para tanto, há que se revalorizar. Há que se auto-afirmar. Há que propagar. Há que denunciar. Há que reivindicar. Esta situação difícil somente será superada se o médico tiver equilíbrio, força, saúde e determinação. Todo o seu esforço será mostrar que é humano como os outros, que não é semideus e muito menos milagroso.