É a vocação um dos conceitos fundamentais no esquema teológico de Lutero, pois corresponde ao ensino da santificação, doutrina essa que ele sempre entende como a prática do amor numa relação com os outros e jamais em um aperfeiçoamento moralista, solitário, individual, fora do mundo e dos relacionamentos interpessoais. Por isso, rejeita a santificação monástica entre quatro paredes e a imitação dos santos, obras feitas não para o próximo, e, sim, para Deus, e, em última análise, para o indivíduo que as pratica por acreditar que elas ajudam na própria salvação. Também não aceita Lutero a santificação proposta pelos Schwärmer (fanáticos ou entusiastas), caracterizada por uma visão puramente negativa das coisas do mundo, constituindo-se, desse modo, numa recaída na ética monástica medieval.