A nova geração de meninas promete fortalecer a cultura de equidade de gênero. A grande maioria das entrevistadas pela pesquisa "Ser Menina..." gosta de ser menina e não quer que os meninos sejam melhores do que elas. Contudo, o desenvolvimento dessa potência das meninas vai depender do grau de resistência e protagonismo delas diante de disputas simbólicas entre dois projetos: o do treinamento dos papéis tradicionais quando a elas são relegadas a maior carga dos afazeres domésticos e têm o seu lazer e diversão muito mais controlado do que seus irmãos ou de outros meninos do seus circulo de relações; ou, o da excessiva preocupação com a ditadura da estética feminina. Este livro, baseado em pesquisa empírica de 'escuta' qualificada de cerca de duas mil meninas, reflete o 'fazer gênero' de meninas brasileiras em um contexto de desigualdades marcados por discriminações e violações mas, também, por possibilidades e direitos. Nossa expectativa é que possa contribuir para construir uma ponte entre a academia e aqueles que formulam, monitoram e avaliam as políticas públicas. Neste sentido, a obra se propõe a ser um instrumento para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 que estabelece metas de curto, médio e longo prazo para o empoderamento de mulheres e meninas.