Os vícios privados fazem a fortuna pública - essa fórmula hoje banal escandalizou a Europa das Luzes ao ser enunciada pela primeira vez em 1704 por Bernard de Mandeville. No entanto, esse médico, precursor desconhecido do liberalismo, estava apenas enunciando a moral perversa que, para além do Ocidente, hoje rege o planeta. Ela está no cerne de uma religião que, daqui por diante, parece reinar sem restrições, a do Mercado - se as fraquezas individuais contribuem para as riquezas coletivas, não é melhor privilegiar os interesses egoístas de cada um?