Realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo, os grandes movimentos literários, de poesia e prosa, da segunda metade do século XIX, constituem o material de estudo do quarto volume de A Literatura no Brasil. Uma fase repleta de contrastes, uma encruzilhada de tendências, na qual, como em toda época de intensa criação artística, as novas correntes convivem e se atritam com o espírito conservador e, ao mesmo tempo, com outras buscas de renovação, num processo simultâneo de desenvolvimento e choque, e numa velocidade até então desconhecida na literatura brasileira. Foi um dos períodos mais ricos da prosa de ficção brasileira, na qual se afirma a obra máxima de Machado de Assis, ao mesmo tempo em que se impõem os naturalistas, o impressionismo de Raul Pompeia e o realismo social de Lima Barreto. É também a época do verbalismo e das descobertas do Brasil, harmonizadas em Os Sertões, da prosa límpida de Joaquim Nabuco às primeiras manifestações regionalistas. Fase de consolidação da crítica brasileira e de renovação da poesia, com a disciplina requintada dos parnasianos, logo atropelados pelas primeiras manifestações simbolistas. Esses aspectos são analisados no primeiro bloco do livro, sob a classificação geral de "era realista".O segundo bloco inclui autores e obras reunidas sob a rubrica de "era de transição". Estuda o movimento simbolista, as manifestações do impressionismo em prosa, os primeiros sintomas de transição para novas formas de expressão, o penumbrismo, o neoparnasianismo, a busca pela modernidade, até a eclosão ruidosa do modernismo. Iniciava-se então uma nova fase, de grande balbúrdia intelectual e renovação artística, sem semelhante na história da literatura brasileira, excetuado o romantismo, que constitui o assunto do quinto volume de A Literatura no Brasil.