A participação social na tomada de decisões e na implementação de políticas públicas é tema relevante e que merece aprofundamento, em um país que ainda constrói sua democracia. Nesse debate, observam-se lacunas sobre o sentido e a efetividade dos diferentes processos de democracia direta, dado o leque de posições teóricas sobre o assunto. Particularmente no campo da política pública de saneamento, uma área com forte tradição tecnocrática e avessa à participação e ao controle social, a discussão mostra-se ainda mais relevante. Este livro, composto por 12 capítulos, convida o leitor a refletir sobre os conceitos, as potencialidades e os limites dessa prática, a partir do laboratório de experiências do campo do saneamento. Busca-se assim contribuir para a qualificação das discussões sobre esse desafio, nessa área tão essencial para o desenvolvimento social brasileiro: converter as aspirações do setor em uma prática efetiva de inserção dos cidadãos, em especial dos mais excluídos do acesso aos serviços, na determinação dos rumos dessa política.