Este livro amplia a ideia de crueldade em Artaud quando se propôs problematizá-la pela experiência cinematográfica e não do teatro. Aí reside sua inovação paradigmática, pois descontrói interpretações redutoras que não admitem uma poética da crueldade a partir do seu cinema. Seu livro se destaca pelo ineditismo do tema no Brasil e é uma contribuição fundamental para amantes da obra do poeta e, sobretudo, para estudiosos do cinema e da cultura. Artaud, certa feita, desejou escrever um livro que perturbasse o sentido dos homens e abrisse portas para a realidade. Fagner nos convida para que arrombemos as portas da percepção com a cinematografia artaudiana e recuperemos o sentido radical do cinema, que é restituir a crença no mundo. Nas cinco Sequências que o autor oferece, teremos a oportunidade de ter informações e análises dos filmes que tiveram a participação de Artaud bem como de seus roteiros não filmados. Leitores e leitoras: em tempos em que nada mais parece aderir à vida, esta obra constitui um alento.