É com você, admirador das artes paranaenses, que início o meu diálogo. Com você, que visita exposições, museus e tudo que se relaciona aos artistas do nosso Paraná. E é por ser igualzinha a você que começo a questionar e me incomodar do esquecimento a que foi condenado um dos mais importantes pintores e escultores genuinamente paranaense. É comum se ouvir falar de João Turin, Poty Lazarotto, Juarez Machado e mais alguns ilustres artistas paranaenses. É comum publicar fotos antigas destes artistas, participando, no passado, de homenagens. E em um dos personagens destas fotos veremos, indubitavelmente a figura do nosso ilustre incógnito. Ele esta lá! Ele participou, mas pouquíssimas vezes foi citado. Esta omissão, nos incomodava. Fui sua aluna de desenho, no Instituto de Educação, no início da década de setenta. Nós o conhecemos de perto. Privamos de sua companhia semanalmente, bem como do seu talento. Sabíamos do seu valor, do valor das suas obras, tantas vezes premiadas, e, por esse motivo, este obscurantismo nos incomodava. Era preciso falar do seu imenso amor ao PINHEIRO - a Araucaria argustifolia Araucaria brasiliense que aparece em quase todas as suas obras. Por absoluta falta de tempo para nos dedicarmos a esta divulgação, deixamos passar tantos anos. Chegamos à nossa aposentadoria e com orgulho de termos contribuído para o crescimento de nosso estado e desenvolvi-mento desta nação, através da educação de jovens e adultos, podemos agora dedicar-nos ao que nos faz muito bem, escrever sobre o que gostamos e admiramos. Foi assim que iniciamos esta caminhada. Marilu Cordeiro.