Esta obra é um presente e um convite à transformação das relações étnico-raciais, ainda tão profundamente orientadas pelo racismo. Muito se fala da importância da educação como caminho de emancipação, mas quais aprendizados nossas crianças efetivamente têm tido nas escolas? Essa é uma das questões das quais Cintia Cardoso parte para tecer sua profícua e potente pesquisa. Um dos privilégios da branquitude é a posição de sempre expor (a negros, indígenas, amarelos, ciganos) e não ser exposta. É precisamente aí que reside um dos brilhantes giros que a autora nos apresenta: se estamos em relações raciais, a quem serve o projeto de alocar em pessoas não brancas o problema do racismo? Da inadiável necessidade de quebrar privilegiados silêncios e invisibilidades brancas que a pesquisa se enuncia e costura suas tão generosas contribuições. O abismo que distancia as teorias e leis antirracistas da prática pedagógica é uma realidade que precisa ser percebida não como exceção, mas como [...]