O que esperar e procurar num livro de poemas (à flor da pele) cujo título ao ser vocalizado (a vocação poética) ressoa A procura e À procura? O ato e a ação, a contemplação e o objeto a se contemplar. Sem procura, há estagnação, fim da história e da estória e do canto. A procura basta em si, mesmo que o objeto, o ser, as coisas, se nos escapem entre os dedos. A procura envolve o porvir e o já vindo, o que escapou e o que se insinua (a palavra em si nua) mas outrossim reencontro com o imemorial, o esquecediço, o esquecido o que não se cumpriu, o que efêmero deixou de ser para ser poesia, para renascer poesia. Poemas de fôlego (e de tirá-lo), ofegantes, pulsantes. Como a vida. Como a convulsiva beleza.