A arqueologia está no imaginário das pessoas como uma ciência que estuda e cataloga os pedaços de cerâmica de sociedades antigas. Entretanto, a verdade é que a nova arqueologia, no contexto da História Social, se propõe a estudar a sociedade que produziu aquele caco de cerâmica.O livro de Marily Simões Ribeiro, "Arqueologia das Práticas Mortuárias" mostra um panorama da arqueologia através dos tempos, desde seu período clássico (Egito, Grécia e Roma), onde ainda não havia uma diferenciação clara entre os objetos no geral e os de contexto mortuário, passando por todos os seus períodos, como o pré-científico onde todos os vestígios eram igualmente tratados, até chegar nos debates atuais na Arqueologia e do que o podemos falar dos mortos.É formada uma base sólida para as discussões da segunda parte do livro que são as questões teóricas em aberto, como quais são os novos caminhos da arqueologia e quais são as principais contribuições da arqueologia brasileira.Mas o principal debate do livro é sobre a aproximação da arqueologia e da história. Enquanto a história não utiliza as inúmeras potencialidades da investigação arqueológica, a arqueologia mostra falhas nas tentativas de apropriação de conceitos históricos e no uso do tempo diacrônico. Para diminuir essa distância é que trabalhos como a Arqueologia das Práticas Mortuárias são extremamente importantes.