Transitar entre o presente e passado, fazendo da nossa perspectiva um ponto de observação sobre o que estamos vivendo e o que se passou à nossa volta, é sempre um caminho de desafios emocionais que nos paralisa, mas também nos impulsiona a querer entender de onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Neste seu primeiro romance, Pedro Soledade nos mostra que entender a ancestralidade é como nos reconectar com esse futuro, aquele lugar para onde queremos ou devemos ir a partir do nosso olhar pelo retrovisor. E é essa abordagem que o, agora, escritor tem carregado em toda a sua trajetória profissional como comunicador social, criando e disseminando narrativas que façam sentido a partir da percepção do passado para entender o agora e o depois. Nesse lugar mestiço racialmente, embora a mestiçagem tenha as suas problemáticas, em se tratando de um Brasil colonial, Pedro apresenta esse realismo fantástico que nos faz entender também muitas questões sociais que envolvem (...)